Li algo interessante numa entrevista realizada com Francis Fukuyama, cientista político e prof. da Universidade de Stanford (CA) que ganhou notoriedade com a publicação do livro “O Fim da História e o Último Homem” (1992).
No contexto ele fala que protesto isolado não promove mudanças duradouras, essa energia do protesto deve ser convertida em algo mais duradouro, como filiar-se a um partido político. Porém no Brasil, os partidos perderam suas ideologias e viraram meio de negócio, tanto que estão desacreditados.
Eu sempre digo que o caminho é protestar para termos mudanças, mas protestar isolado, sozinho é murro em ponta de faca. Um administrador de certa regional de Brasília disse por deslize que prefere que pessoas venham reclamar sozinhas ou com um número pequeno; sabe por quê? Porque protesto isolado e nada é quase a mesma coisa, eles enrolam, verborragem as suas demagogias, e depois não fazem nada.
O que faz político trabalhar é PRESSÃO POPULAR, junho último foi o exemplo disso, fez até o Congresso cheio de corruptos trabalhar. Então a pressão popular não pode ser isolada e não pode ser uma vez na vida outra na morte, tem de ser SEMPRE.
Fukuyama diz mais:
“Estudantes e jovens são muito bons para protestar, mas não tão bons na construção e organização de forças políticas que possam implementar mudanças.”
A que podemos atribuir isso? Acho que é o fato de dispersarem fácil, não estão organizados em grupos (associações, partidos, sindicatos etc.), fazem aquele barulho, gritam, quebram... e depois? Há um pós protesto para sustentar o que se reivindicou? O que acontece é que depois ficam sozinhos, isolados, e a mudança não se sustenta. Em pouco tempo depois dos protestos de junho, vimos que o Congresso voltou a legislar em causa própria, voltaram aos seus interesses e deixaram interesses do povo, como de hábito.
Moral da história: quem achar que protestar é importante precisa se associar aos grupos que existem ou, quem sabe, criando outros.
MÁRIO LEITE